Reprodução/Twitter – BrasildeFato
O grito de hoje é o berro de ontem!
Mordaça que tolhe é a voz do açoite.
Calado o brado, aborto na noite.
Criança sem ventre é a morte do Homem.
Dispute e lute na porta do front.
Batalha do asfalto é o salto pra longe.
Distância e asilo são frestas daquilo que a mão da justiça anima no exílio!
Ainda sim, não silencio! Assalto o que me é afeito, o que me é de fato.
O disfarce mascara o amor que tenho pela pátria.
Obstado pelo gás que condena e pela borracha que marca.
[na sessão de uma cena].
O grito de hoje é o brado de ontem!
Pau de arara atiçado.
Porão ativado.
Condor a reboque.
Preparo pro choque.
À toque de caixa.
Acerto meu laço.
E digo que caço.
O alvitre da taxa.
Meu amor? Vale um murro na cara
[e o troco de vinte centavos].
Yussef Daibert Salomão de Campo - Professor da Universidade Federal de Goiás e do Programa de Pós-graduação em História e do ProfHistória – UFG. Autor de "Palanque e Patíbulo: o Patrimônio Cultural na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988)"
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